Guia Infantil

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

"GUIA DA FUTURA MAMÃE"


Estou querendo engravidar. Que cuidados devo ter?

O primeiro passo para se ter uma gestação saudável é planejar o melhor momento para isso acontecer. Pode parecer incrível, mas a maioria das mulheres acaba procurando o médico quando está com a menstruação atrasada, ou seja, nas primeiras semanas de gravidez.
Se você tiver a oportunidade de preparar sua cabeça e o seu corpo para esse momento tão especial, tenha certeza de que isso trará muitos benefícios tanto para você quanto para o seu futuro bebê!
A primeira coisa a fazer é procurar o ginecologista para buscar as orientações pré- concepcionais e colocar os exames em dia, como o preventivo do câncer de colo do útero. Quem está acima do peso deve começar a pensar a entrar em forma antes de tentar engravidar. Dietas balanceadas e exercícios físicos regulares são uma ótima pedida. Mulheres obesas ou acima do peso podem ter mais dificuldades para engravidar, têm maior chance de complicações como o Diabetes Gestacional e Hipertensão, além de maiores dificuldades no parto.
Cigarro? Bebidas alcoólicas? Drogas? É melhor largar tudo isso pra ontem! Parto prematuro, retardo do crescimento intra-uterino, bebês com baixo peso e problemas respiratórios ao nascer são algumas alterações associadas ao fumo. O álcool, além de afetar os níveis de estrogênio e progesterona (os dois principais hormônios femininos), pode causar defeitos genéticos no bebê, principalmente quando ingerido durante as primeiras semanas de gestação, que são as mais importantes na sua formação. O uso de drogas dispensa comentários. Fazem mal em qualquer fase da vida, imagina para quem quer engravidar!
De acordo com os nutricionistas, a alimentação da mulher que está pensando em engravidar deve ser rica em grãos refinados, vegetais e frutas bastante coloridos todos os dias. Isso porque, no final das contas, tudo isso se transforma em substância anti-oxidantes e fitoquímicos, fazendo bem para a saúde em geral, incluindo a fertilidade. Os ácidos graxos como o ômega 6 (presente no óleo de milho, de soja e de girassol) e o ômega 3 (no óleo de peixe, canola, oliva, girassol e linhaça) também são importantíssimos para a dieta para quem quer dar uma ajudinha na fertilidade. A ingestão de salmão uma a duas vezes por semana pode ajudar a elevar os níveis de ômega 3.
O uso de medicações e vitaminas também deve ser avaliado com cuidado. Algumas medicações podem ser perigosas para quem está pensando em engravidar. Por isso, a visita ao ginecologista é tão importante. O poder das vitaminas, como o ácido fólico na prevenção dos defeitos de formação do tubo neural (que dará origem a coluna do futuro bebê), é bastante conhecido. Mas atenção: ele só tem efeito quando a mulher começa a tomá-lo antes de engravidar, pois quando ela descobre que está grávida, o tubo neural já está em pleno processo de formação. Seu uso deve ser mantido até o final do terceiro mês de gestação.

Exames pré-concepcionais. Quais são eles e por que são tão importantes?

Os exames pré-concepcionais, como o próprio nome diz, são feitos antes que a mulher engravide. Eles servem para descobrir condições que possam afetar a saúde da mãe ou o futuro bebê. Dessa forma, é possível tratar e prevenir problemas!
Estes são os exames indispensáveis que toda mulher deveria fazer antes de pensar em engravidar:
Hemograma completo: para avaliar as condições gerais de saúde da mãe e a necessidade do uso de vitaminas.
Tipo sanguíneo e fator RH: o RH é uma proteína que pode ou não estar presente no sangue. Mulheres RH negativo podem ter filhos RH positivo (se o pai tiver o fator RH positivo). Nessas condições, o contato com o sangue do bebê, principalmente na hora do parto, pode fazer com que a mulher desenvolva anticorpos (células de defesa) para o RH, o que pode prejudicar uma segunda gestação se o outro bebê também for RH positivo. A solução para o problema é fazer a vacina de imunoglobulina anti-RH, capaz de reduzir este risco para próximo de zero.
Glicemia de jejum: revela a presença do Diabetes Melittus ou aponta o risco de desenvolver a doença, mesmo que a mulher não tenha nenhum sintoma. É um exame muito importante, uma vez que o diabetes pode aumentar os riscos de má formação no bebê (principalmente no coração) e de abortos espontâneos. Isso sem falar nas complicações para a saúde da mãe, que são muitas.
Urina: importante para detectar a presença de bactérias na urina, ainda que a mulher não sinta nada e também para o diagnóstico de infecções urinárias. Quando não são tratadas, podem causar contrações uterinas e desencadear um parto prematuro.
Fezes: as parasitoses intestinais podem causar a perda de ferro pelo organismo, elemento importante para a formação do feto e para a saúde da mãe.
Exames sorológicos - Rubéola: é uma doença viral muito comum e não causa maiores complicações fora da gravidez. Se a mulher é contaminada durante a gravidez, a coisa muda e a rubéola passa a ser muito perigosa. Ela pode causar problemas sérios no futuro bebê, como cegueira, surdez e outras má formações, caracterizando a Síndrome da Rubéola Congênita. E pensar que uma simples vacina contra a rubéola (a tríplice viral) pode acabar com esse problema. Por isso, mulheres que não têm imunidade contra a rubéola, vista no exame de sangue, devem ser vacinadas, no mínimo, um mês antes de engravidar. Aquelas que foram vacinadas ou tiveram a doença e apresentam anticorpos no sangue para rubéola (fração IGG) são consideradas imunes e, portanto, sem riscos de transmissão.
Citomegalovírus: é um vírus da família do herpes e os sintomas da infecção são variáveis, podendo até mesmo passar desapercebido. Na fase aguda, pode aparecer febre, dor de garganta, aumento dos gânglios do corpo, do baço e do fígado. Se a mulher pega essa infecção grávida, existe chance de passar para o bebê e causar problemas. A infecção por citomegalovírus na gestação é a principal causa de retardo mental nas crianças. Infelizmente não existe um tratamento para cura e nem vacinas para evitar a contaminação. As mulheres que nunca tiveram contato com esse vírus são as que devem ter mais cuidado, pois não têm imunidade.
Toxoplasmose: causada por um protozoário chamado toxoplasma gondii é uma doença transmitida através do contato com fezes de animais (principalmente os gatos) e da ingestão de carne crua contaminada. Se a mulher é contaminada durante a gravidez também pode trazer sérias complicações para o futuro bebê, apesar de existir tratamento para diminuir essa chance. Essa doença é facilmente detectada através do exame de sangue. Mulheres que têm os anticorpos no sangue (fração IGG) não precisam se preocupar, pois estão imunes. Aquelas que não têm anticorpos devem lavar sempre muito bem as mãos, evitar manipular fezes de animais e mexer com terra, além de ficar bem longe dos sushis, sashimis, carpaccio, quibe cru e outras iguarias cruas.
Hepatite B: saber se a mulher é imune ou não a hepatite B é fácil. Basta dosar os anticorpos no sangue. As que estão protegidas não precisam se preocupar, pois não há risco de transmissão. As mulheres que não têm anticorpos da hepatite B no sangue devem ser vacinadas, preferencialmente antes de engravidar. Não há registros de que o vírus da hepatite B cause má formação nos fetos, mas ele pode ser transmitido ao bebê na hora do parto, caso a mãe seja portadora do vírus. Nesse caso, depois de nascer, o bebê é vacinado e recebe a imunoglobulina da hepatite B, que funciona como um "antídoto" contra o vírus.
Sífilis: é uma doença sexualmente transmissível e pode ter importantes repercussões para a saúde da mãe e do bebê. O tratamento é bem simples, à base de antibióticos e quando diagnosticada e tratada corretamente antes da gravidez, os riscos de transmissão são eliminados, a não ser que a mulher seja novamente infectada. Se a mulher engravida com a doença ou é contaminada durante a gravidez, existem grande riscos de abortamento espontâneo e óbito intra-uterino. Por atravessar a placenta e contaminar o bebê, a sífilis também pode causar diversas má formações, a chamada sífilis congênita que é considerada um grave problema de saúde pública.
HIV: é o vírus causador da AIDS. A mulher que é portadora do HIV pode transmitir o vírus para o bebê durante a gravidez, parto e amamentação. Por isso esse exame é tão importante, não somente no pré-concepcional, como também durante o pré-natal. Quanto mais cedo se descobrir o problema, maiores são as chances de um tratamento eficaz. Hoje, com os medicamentos utilizados para prevenir a transmissão vertical (da mãe para o bebê) é possível reduzir as chances de contaminação para menos de 3%.

Estou grávida! E agora?

A primeira providência é procurar o obstetra e iniciar seu pré-natal. Se você já tem médico de sua confiança, ótimo Se você ainda não tem um, converse com suas amigas que já tiveram filhos. Elas poderão te dar algumas indicações. É muito importante que você se identifique, goste e, sobretudo, confie no obstetra que escolheu para cuidar de você e do seu futuro bebê nesse momento tão importante. A construção de um vínculo positivo é fundamental para um bom acompanhamento pré-natal.
Na primeira consulta, o médico faz um levantamento detalhado histórico de saúde da mãe e da sua família, incluindo perguntas sobre o marido e antecedentes de doenças genéticas. Tudo isso para saber se a mulher tem mais ou menos chances de ter problemas durante a gestação. Nesse momento, o médico também aproveita para fazer um exame completo da gestante. Daí por diante, a rotina é bem semelhante: a cada consulta, verifica-se o peso e a pressão arterial da mãe, o tamanho da barriga, a ausculta dos batimentos cardíacos do feto (dependendo do tempo de gestação) e qualquer outra queixa que a mãe possa apresentar.
Não se assuste com a quantidade de exames solicitada pelo seu médico na primeira consulta. De uma forma geral, a grávida faz uma bateria de exames de sangue de rotina a cada três meses, uma para cada trimestre de gestação. No meio do caminho são feitos alguns outros exames importantes, buscando rastrear doenças genéticas e outras que podem se desenvolver durante a gravidez, como o Diabetes Gestacional.
De acordo com o Ministério da Saúde, este deve ser o calendário básico de exames da rotina pré-natal :
1º consulta: repetir os exames pré-concepcionais, acrescido do teste de Coombs indireto (caso a mãe seja RH negativo) e da cultura de urina.
Rotina 2º trimestre: hemograma completo, VDRL (é o teste da sífilis), teste anti-HIV, hepatite B, toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus (se a mãe não for imune). Entre 24 e 28 semanas, é solicitado o Teste Oral de Tolerância a Glicose Simplificado (TOTGS) que irá avaliar se a mulher tem maior chance de desenvolver o Diabetes Gestacional.
Rotina 3º trimestre: hemograma completo, VDRL (é o teste da sífilis), teste anti-HIV, hepatite B, toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus (se a mãe não for imune), exames de urina, incluindo a cultura. Com 34 semanas, é recomendada a coleta de material para pesquisar a presença do Estreptococcus B hemolítico do grupo A na secreção do colo do útero da mãe.
Quando presente, essa bactéria pode aumentar as chances de um parto prematuro e os riscos de graves infecções no bebê após o nascimento.
E a ultra-sonografia? Eu não tenho a menor dúvida de que esse é o momento mais aguardado pela gestante: a hora de fazer o ultra-som. Para uma gestante saudável, considerada de baixo risco, é recomendada a realização de, no mínimo, quatro exames de ultra-som durante a gravidez. O primeiro deve ser feito logo que a mulher se descobre grávida, pois serve para confirmar a idade gestacional e saber se embrião está dentro do útero ou fora dele (gravidez ectópica). A segunda deve ser feita entre 11 e 14 semanas de gestação para checar o desenvolvimento do embrião e fazer a medição da nuca (translucência nucal) e do osso do nariz. Quando alteradas, essas medidas podem ser indicativas de problemas genéticos como a síndrome de Down. Nesse caso, a amniocentese pode estar indicada para aprofundar a investigação. É, claro, se a mulher ou o casal assim quiserem.

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